segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Terra Proibida

Não haveria de que reclamar em seu passado-paraíso.
Mas as ultimas flores foram embora junto do mais longo outono-inverno pessoal.
As luzes se apagaram e fecharam as cortinas.
Quando fora anunciada novamente, se viu pisando em terras distantes,
Governada por Reis antigos e cruéis 
Que não permitia espaço para erros tolos...
...E como era tola... 

Com cuidado caminhou.
A cada passo escutava o craquear do piso frio em seus pés
Notou então que não mas fazia uso de suas Asas, atrofiadas.
E aos poucos seu brilho de Ninfa foi apagando.
Apagando...
Apagando...

Ao entregar seu ultimo fecho de luz, receberia um enorme coração gelado 
Como as terras que pisava
A pele empalideceu, secou-se o corpo de infelicidade
Quando emfim recolhia em seu casulo  
Uma ideia lhe passou. 
Um vento lhe soprou o rosto trazendo as lembranças do passado 

Ali aonde estava era uma Terra de ninguém 
Onde o Sol brilhava para todos
Não entregou seu fecho de luz. Guardou para si, com todo amor 
Pois sabia como multiplica-lo.
E que dores eram necessárias Para saber viver.

May

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Nervos de Aço

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor? Ter loucura por uma mulher, e depois encontrar esse amor, meu senhor, ao lado de um tipo qualquer?
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor? E por ele quase morrer... E depois encontrá-lo em um braço, que nem um pedaço do seu pode ser?
Há pessoas de nervos de aço, sem sangue nas veias e sem coração. Mas não sei se passando o que eu passo, talvez não lhes venha qualquer reação.
Eu não sei se o que trago no peito é ciúme, é despeito, amizade ou horror. Eu só sei é que quando a vejo me dá um desejo de morte ou de dor.

Lupicínio Rodrigues