sexta-feira, 5 de junho de 2015

A Rainha Encantada - 1

Tudo começou em uma festa de prima vera, a rainha convidara todos seus amigos e colegas para celebrar a estação mais bela. Tudo no palácio era branco, teto, piso, mobilha e pessoas. As únicas cores visíveis eram as das flores. Mas então, em meio aquele ambiente de calmaria, a rainha surgiu com um pequeno pacote embalado em um pano sujo que destoava de todo o resto.
Seu rosto era espanto e os olhos estavam prontos para saltar a qualquer momento. Ao notar sua chegada, os convidados curvaram-se e levantaram-se rapidamente com curiosidade para saber o que no pacote continha.
Já em seu quarto, longe dos olhos curiosos a bela senhora depositou o estranho "pacote" em sua cama. Relaxou. Seu coração estava em paz. Tirando-a de seus pensamentos, a porta bateu com impaciência a traz de si deixando-a nervosa novamente.
-Abra Marrie. - Soou a pota. - Sou eu, Eleanor.
A rainha organizou seus pensamentos ate que depois de algum tempo respondeu.
-Eleanor, volte para a festa. -Fez-se uma pausa. -Desço muito em breve.
Eleanor permaneceu na porta por mais alguns estantes, até que desistiu e virou-se para sair. Mas assim que deu seu primeiro passo, o som de um bebê chorando a fez recuar.
-Marrie? Eu ouvi isso. - A mulher girava a maçaneta com esperanças de que a porta estaria destrancada. Em vão. - Tem alguma coisa ai dentro, eu ouvi!
-Equivoco seu. Agora desça. - A voz da Rainha soou falhada, desespero, o que deixou Eleanor ainda mais curiosa.
-Se não sair, pedirei ajuda para os criados, direi que alguém está persuadindo-a a não abrir, e que este alguém esta te fazendo-a muito mal!
- Não! Fique aonde está! Eu abro. - A voz saiu tremula dessa vez. Mas voltou a falar, agora com mais cautela. - Está sozinha?
Eleanor olhou para os corredores antes de responder.
-Sim, estou.

Demorou alguns segundos até a porta se abrir, porem não toda. Uma cabeça apareceu, os olhos cinza estavam vermelhos, os cabelos de prata estavam presos em um penteado que poderia ter sido belo a algumas horas atrás, mas que agora seus cachos soltos fazia parte de um conjunto da cena de desespero e ansiedade que a rainha vivia. Com extrema cautela, a moça permitiu que a amiga entrasse e antes de deixa-la ver o que tanto escondia falou.
-Fique calma e por favor não grite. Não quero que ele se assuste. - Dizendo isso, saiu da frente de Eleanor descobrindo o pano. - Veja.

May