Os olhares da multidão eram todos para ela, não exatamente para ela. Sabiam muito bem o que seria aquilo nos braços dela, e estavam prontos para naquela tarde de sol, a qualquer momento o anuncio da mais jovem realeza. Entretanto, somente um um olhar não estava a esperar uma qualquer coisa. Eleanor era a unica no salão que sentia o cheiro da tempestade que viria, teve o cuidado de ficar distante de todos.
- Apresento-lhes, meu filho, Deite-ei o nome de Uriah, que significa, luz, Foi de fato minha luz.
Dizendo isso, a Rainha descobriu o pano e mostrou a criança de modo que todos pudessem ver o rosto e seu corpo. Assim que entenderam, a plateia recuou um paço, algumas senhoras desmaiaram, ouve espanto e terror. A Rainha não compreendia a reação de todos. Como eram cruéis e insensíveis a tudo que era novo.
Logo, diante da plateia ouviu-se alguém dizer: "BRUXA" e o olhar da rainha percorreu o salão encontrando os olhos de Eleanor que parecia uma coluna de mármore de olhos gelados em meio ao caos. A Rainha se retirou-se, virando as costas, a essa altura a guarda estava tentando dispensar os convidados sem usar a força para tal.
Marrie considerou as profecias de sua amiga, que antes considerava burra. Seguiu-se uma linha cronológica de infelicidades, sendo elas basicamente, rejeição, infelicidade e vandalismo para com a corte. Depois de o anuncio da criança, a rainha quer era exemplo de beleza, tornou-se exemplo de tudo que era relacionado ao descaso. Com tudo, a Rainha foi tão rejeitada pelo fato de criar um monstro que nunca mais teve coragem de sair do castelo.
Ano apos ano, a criança meio humana meio cachorro foi crescendo, o único contato com as pessoas alem de sua mãe, a rainha, eram os poucos criados que aprenderam a gostar do príncipe disforme. Tão logo ele percebeu que era diferente dos demais e tão logo percebeu que o terreno do gigantesco castelo não era suficiente para sua curiosidade. E assim foi envelhecendo, lentamente, junto do tempo, até chegar aos seus vinte anos.
-Acho que essa não é uma ideia viável, meu amor. Considere o fato de descarta-la.
A Rainha caminhava em seu jardim, cada paço ouvia-se as folhas outonais craqueando em seus pés.
-Minha amada mãe. Não pode dizer isso. - Uriah vinha caminhando em seu lado. -Compreendo a atrocidade que é minha face, e pretendo esconde-la, mas eu gostaria de ver o mundo fora desse castelo, ao menos uma vez.
-Não diga isso! Imagine só o que eles fariam com você! Tome-me como modelo. Já fui a pessoa mais amada desse reino, e hoje, as pessoas me tem como bruxa.
-Tudo seria mais fácil se você não me...
-Termine essa frase se quiser me matar!
Naquela tarde a conversa terminou rápido, e rápido foram se deitar. Apenas deitar pois o Príncipe não conseguia dormir, só pensando no seu futuro preso dentro do castelo. Naquela noite, o vento soprava com violência na sacada do príncipe que levantou-se para sentir aquele frio percorrer os pelos de seu rosto. Mas ao sair, seus olhos capturaram uma figura no jardim de sua mãe, olhando fixamente para a sacada de seu quarto. A curiosidade era tamanha que sem pensar, desceu para ver mais perto quem era de fato.
Ao sair, a pessoa estava sentada, como se estivesse esperando o príncipe.
-Você cresceu. - Era uma voz de mulher, coberta por um capuz preto surrado.
-Quem é você? - Perguntou o príncipe.
-Sou a pessoa que te deu isso. -A mulher tinha uma mão envelhecida e segurava um espelho que refletia o rosto do Príncipe iluminada pela luz da lua, revelando claramente sua feição animalesca.
-O que você esta falando? Como entrou aqui?
-É uma pena saber que você não me conhece. Afinal, eu sempre estive aqui.
Ano apos ano, a criança meio humana meio cachorro foi crescendo, o único contato com as pessoas alem de sua mãe, a rainha, eram os poucos criados que aprenderam a gostar do príncipe disforme. Tão logo ele percebeu que era diferente dos demais e tão logo percebeu que o terreno do gigantesco castelo não era suficiente para sua curiosidade. E assim foi envelhecendo, lentamente, junto do tempo, até chegar aos seus vinte anos.
-Acho que essa não é uma ideia viável, meu amor. Considere o fato de descarta-la.
A Rainha caminhava em seu jardim, cada paço ouvia-se as folhas outonais craqueando em seus pés.
-Minha amada mãe. Não pode dizer isso. - Uriah vinha caminhando em seu lado. -Compreendo a atrocidade que é minha face, e pretendo esconde-la, mas eu gostaria de ver o mundo fora desse castelo, ao menos uma vez.
-Não diga isso! Imagine só o que eles fariam com você! Tome-me como modelo. Já fui a pessoa mais amada desse reino, e hoje, as pessoas me tem como bruxa.
-Tudo seria mais fácil se você não me...
-Termine essa frase se quiser me matar!
Naquela tarde a conversa terminou rápido, e rápido foram se deitar. Apenas deitar pois o Príncipe não conseguia dormir, só pensando no seu futuro preso dentro do castelo. Naquela noite, o vento soprava com violência na sacada do príncipe que levantou-se para sentir aquele frio percorrer os pelos de seu rosto. Mas ao sair, seus olhos capturaram uma figura no jardim de sua mãe, olhando fixamente para a sacada de seu quarto. A curiosidade era tamanha que sem pensar, desceu para ver mais perto quem era de fato.
Ao sair, a pessoa estava sentada, como se estivesse esperando o príncipe.
-Você cresceu. - Era uma voz de mulher, coberta por um capuz preto surrado.
-Quem é você? - Perguntou o príncipe.
-Sou a pessoa que te deu isso. -A mulher tinha uma mão envelhecida e segurava um espelho que refletia o rosto do Príncipe iluminada pela luz da lua, revelando claramente sua feição animalesca.
-O que você esta falando? Como entrou aqui?
-É uma pena saber que você não me conhece. Afinal, eu sempre estive aqui.
May
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